segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Roque

Ainda há pouco conversei com um amigo aqui no trabalho. Assistíamos, no youtube, à performance de uma banda chamada “A Casa das Máquinas”, um rockão setentista. O vocalista se requebrava, usando calças apertadas, batom e uma bota feminina à La Gene Simons, vocalista do Kiss. E o meu colega, que já passou da casa dos quarenta, lembrou que, há algum tempo, o rock enfrentava muito preconceito. Recordo-me de um empregado do meu avô, em nossa casa de praia, colocando uma fita cassete em que um pastor evangélico associava o surgimento do rock a casos de possessão demoníaca, o popular diabo no corpo. Eu tinha 11 anos, achei muita graça e continuei ouvindo meu rock’n’roll. Um pouco mais tarde, minhas roupas 100% pretas, que nada tinham a ver com movimentos de afirmação da negritude, não eram muito bem vistas por meu pai. E na terra do Axé, na década de 90, era no mínimo estranho ouvir heavy metal. Hoje tenho o dobro da idade da época, e muita coisa mudou. Há um maior espaço na mídia baiana para manifestações que estão além da tríade Chiclete-Asa-Ivete. Agora, em show de rock tem até mulher bonita – inclusive, minha banda gravou uma música intitulada “Em show de rock não tem mulher, só tem menina problemática”. Para minha felicidade, eu estava errado. Mas, pessoal, o Roque não é nada de mais. É só o ajudante do Silvio Santos.

Um comentário:

Gal disse...

Éhhh viva os Roques do Brasil e do mundo. Na Bahia tem rock, tem meninas bonitas também (eu, por exemplo rs rs rs) problemáticas ou não, cada um com os seus... Enfim, viva o "Roque"!