quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Sobre cães e papagaios

Nós, humanos, gostamos de cães e papagaios. Cachorros ficam, via de regra, a abanar o rabo, sem jamais questionar a nossa autoridade. Papagaios nos divertem. Eles têm um nível lingüístico desenvolvido o suficiente para repetir algumas palavras ditas por nós. Papagaios e cachorros inspiram segurança. Vivemos em diversos espaços sociais – família, trabalho, escola ou faculdade – onde, como em qualquer lugar, existem regras. Até mesmo os grupos formados por animais têm suas regras, e a natureza, suas leis. Mas, se a condição do ser é o vir a ser, como foi dito na Grécia antiga, questionamentos à ordem vigente, seja em casa, no trabalho ou na sociedade, são inevitáveis. E isso é o que diferencia homens de cachorros. E papagaios.

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Na terra de ia iá

Na velha Bahia, de Caetano e Jorge Amado, o atendimento de muitos bares e restaurantes em nada lembra a alegria das solícitas baianas de acarajé que ilustram os comerciais veiculados em outros estados. Em Salvador, o largo sorriso branco estampado em uma face nagô provavelmente foi embora, junto com a paciência de ia-iá e iô-iô, em algum ponto de ônibus, após longos minutos de espera.