terça-feira, 12 de agosto de 2008

The new Wind, ou os novos ventos

A partir de hoje, José, porteiro do Salvador Manhattam Square, foi rebatizado para Joseph, lembrando que o “ph” tem som de f. O caboclo, natural de Acupe, no recôncavo baiano, foi instruído a saldar the ladies and gentleman com um sonoro “good morning”, lembrando ao leitor que o “r” do morning deve ser pronunciado com sotaque paulista. Afinal, o “r”, in english, tem som de “are”. A comunicação dos novos empreendimentos (desculpem a ignorância, mas não sei como se diz empreendimento em inglês), seguem a mesma linha: uma celebridade, do momento ou não, tenta nos seduzir com um discurso cuja retórica gira em torno das mesmas palavras: “perto de tudo”, “praticidade”, “conforto”, “requinte e bem-estar”. E na terra do “tome obra”, tome-lhe kid’s club, home theatre, shopping mall, and many other expressions in English. Certa feita, no Jornal Atarde, foi veiculada uma matéria sobre o abandono da cidade baixa. Adivinhem onde estava matéria? Espremida por um grande anúncio publicitário que trazia mais um empreendimento imobiliário na terra de obalu-aiê. E como já dizia José Simão, “mais direto impossível”.

Um comentário:

Gal disse...

Destruição é reflexo do humano
Se a ambição desumana o Ser
Essa imagem de infértil deserto
Nunca pensei que chegasse aqui

Desmatam tudo e reclamam do tempo
Que ironia conflitante ser
Desequilíbrio que alimenta as pragas
Alterado grão, alterado pão

Sujamos rios, dependemos das águas
Tanto faz os meios violentos
Luxúria é ética do perverso vivo
Morto por dinheiro

Falsos bens, progresso?
Com a mãe, ingratidão
Deram o galinheiro
Pra raposa vigiar

Trechos: Absurdo, Vanessa da Mata

Foi um fato simultâneo música e leitura... leitura e música...
Kiss my friend
Gal