Eu não costumo pular muros. Afinal, em tempos de violência extrema, posso ser confundido com um meliante e tomar uns tiros. Mas eu não pulei aquele muro. Peguei um impulso e voei, com direito a batida de “asas” e o cambau. Quando pousei no chão, cumprimentei o porteiro (moral), e segui em direção ao apartamento de Catarina. Tomei um susto. O apartamento estava revirado, de portas abertas e havia pessoas lá dentro, futuros inquilinos. A proprietária se dirigiu a mim e disse “meu filho, sua namorada andava muito esquisita, chorando pelos cantos, sei não, ói, num quero nem me estressar, viu!”
Fiquei parado por, não sei, alguns minutos. Caminhei até a saída e vi dezenas de bonecas chorando sangue. Peguei uma e estanquei, olhando aquela figura macabra por mais alguns minutos. Era dia claro. Mas não importava a direção que eu fosse. Ao olhar pra cima, nuvens escuras de uma noite sem estrelas me acompanhavam.
sexta-feira, 8 de agosto de 2008
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