quinta-feira, 13 de novembro de 2008
terça-feira, 11 de novembro de 2008
quinta-feira, 6 de novembro de 2008
Até a vitória
Lembro do tempo das vacas magras. Não que agora elas estejam muito gordas, mas já foram beem magrinhas. Eu perambulava entre lançamentos e novidades em uma livraria no centro de Salvador. Recordo-me, em especial, de dois livros. Um era denominado “Cuba por Korda”. Neste, o autor, Alberto Korda, fotógrafo publicitário, acompanhou Fidel, Raúl, Cienfuegos, Guevara e compahia, nas montanhas da Sierra Maestra, durante a revolução cubana. Outro, “O Dicionário do Pensamento Marxista”, uma coletânea contendo autores, terminologias e teorias dessa corrente do pensamento que, pra minha sorte ou azar, abracei. Folheei, folheei, folheei mais um pouquinho. Se o governo cubano e o marxismo eram (ou são) caminhos para a humanidade, isso eu nunca soube dizer. Mas, de uma coisa eu estava certo: dinheiro que era bom eu não tinha para comprar os benditos livros. O tempo passou e, utilizando uma acepção (bela palavra, não?) marxista, eu diria que as condições materiais em que eu vivia sofreram profundas alterações. E eis que, algum tempo depois, lá estava eu de volta, com din-din no bolso e a ideologia demodê dos “combativos companheiros” na cabeça. Os livros, estes não mais estavam nas prateleiras. Porém, Hei de encontrá-los, pero sin perder la ternura jamás.
segunda-feira, 3 de novembro de 2008
O encontro de Leidiane e Capitu em Piatã
Perto da minha casa reside o lendário seresteiro Júlio Nascimento, que, na minha singela opinião, é o melhor cantor de música brega do Brasil. Suas músicas falam sobre garimpeiros traídos, mulheres ingratas, cabarés, prostitutas, cachaça e todos os elementos que compõem o imaginário corno nacional. Outro dia sonhei que encontrava, em frente à casa do Júlio, ninguém menos que o aclamado Joaquim Maria Machado de Assis, fundador da Academia Brasileira de Letras e influência presente nos meus textos. Lá estava eu, emocionado, apertando a mão do “Bruxo do Cosme Velho”, como é conhecido. Qual a relação entre Júlio e Machado? Acredito que nenhuma. Mas essa é a graça do subconsciente: tornar possível o impossível. Subverter a realidade. Quiçá seja essa uma das funções da arte. Fazer-nos sonhar para além das fórmulas matemáticas.
segunda-feira, 27 de outubro de 2008
Roque
Ainda há pouco conversei com um amigo aqui no trabalho. Assistíamos, no youtube, à performance de uma banda chamada “A Casa das Máquinas”, um rockão setentista. O vocalista se requebrava, usando calças apertadas, batom e uma bota feminina à La Gene Simons, vocalista do Kiss. E o meu colega, que já passou da casa dos quarenta, lembrou que, há algum tempo, o rock enfrentava muito preconceito. Recordo-me de um empregado do meu avô, em nossa casa de praia, colocando uma fita cassete em que um pastor evangélico associava o surgimento do rock a casos de possessão demoníaca, o popular diabo no corpo. Eu tinha 11 anos, achei muita graça e continuei ouvindo meu rock’n’roll. Um pouco mais tarde, minhas roupas 100% pretas, que nada tinham a ver com movimentos de afirmação da negritude, não eram muito bem vistas por meu pai. E na terra do Axé, na década de 90, era no mínimo estranho ouvir heavy metal. Hoje tenho o dobro da idade da época, e muita coisa mudou. Há um maior espaço na mídia baiana para manifestações que estão além da tríade Chiclete-Asa-Ivete. Agora, em show de rock tem até mulher bonita – inclusive, minha banda gravou uma música intitulada “Em show de rock não tem mulher, só tem menina problemática”. Para minha felicidade, eu estava errado. Mas, pessoal, o Roque não é nada de mais. É só o ajudante do Silvio Santos.
terça-feira, 21 de outubro de 2008
Granola
Hoje abri um livro do Fernando Pessoa, “Poemas de Alberto Caeiro”. Notei que havia um pedaço de granola grudado à página, resquícios da trilha que fiz no final do ano passado, em algum lugar do lendário Vale do Capão. Na página em que resistia, heróica, a granola, existe um poema em que Pessoa - ou seria o Caeiro? – divaga sobre a inexistência do passado, presente ou futuro. Para o poeta, o que existe é a realidade. E foi assim que me lembrei do passado no Capão e projetei o futuro n’outro recanto do gênero.
quinta-feira, 16 de outubro de 2008
Fragmentos de um sonho em 30 segundos.
- Odeio dizer adeus!
Exclamou Maria, dobrando a esquina sem olhar pra trás.
Exclamou Maria, dobrando a esquina sem olhar pra trás.
Assinar:
Comentários (Atom)