quinta-feira, 2 de outubro de 2008
Igreja
Hoje cedo passei em frente a uma igreja que fica lá na faculdade. O cheiro que emanava daquele templo semi-iluminado me levou a tempos remotos, lá na velha infância, quando eu estudava em um tradicional colégio de freiras. Minha mãe bem que tentou, mas, durante um encontro preparatório para a 1ª comunhão, um coleguinha confessou que gostava muito de uma música dos Titãs, “Igreja”. “Eu não gosto de padre/ eu não gosto de madre/ eu não gosto de frei”, cantarolou o pequeno herege no auge dos seus dez anos. Eu também gostava dos Titãs. Algum tempo depois, durante uma aula de filosofia, fiquei muito interessado por dois filósofos, por assim dizer, não muito beatos: Nietzsche e Marx. Caíram como bombas na minha cabeça. Tínhamos aulas de filosofia num outro colégio católico onde estudei, mas estudávamos, tão-somente, pontos de vista teológicos que embasaram o cristianismo, como os de Aristóteles e Platão. Não nos foi dado o direito de conhecer os iconoclastas, os bad boys da filosofia. Aquele coleguinha que não gostava de padre, hoje aos 27 anos, converteu-se ao Islã. E eu, após um período ateu marxista semi-ortodoxo, acredito que exista algo, mas não da forma que me ensinaram. E o que seria esse “algo”? Eis a questão.
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